Ninguém nega. Há um mercado de dimensões gigantescas sendo formado na internet. Onde quer se se busquem números, as mais diversas fontes apontam para uma mesma direção: o e-commerce veio para ficar.
Só no ano passado, movimentou o equivalente a pouco menos da metade do PIB do Brasil, ou US$ 1 trilhão, conforme estimou a Nielsen na pesquisa Spice Routes (do inglês, Rota das Especiarias), encomendada pelo PayPal. Em 2014 a expectativa era de que esse volume aumentasse em 14%. No Brasil, a 29ª edição do WebShoppers calcula que o comércio virtual tenha alcançado a casa dos R$ 28,8 bilhões em 2013, um crescimento de 28% sobre os doze meses anteriores.
A verdade é que o brasileiro está cada vez mais à vontade na internet. Um sinal claro nesse sentido vem de uma estatística do Banco Central. Perto de 40% dos atendimentos bancários no ano passado aconteceram via web. E espera-se que, para cada atendimento pessoal, os bancos façam outro via web.
No entanto, um segmento em especial ainda não tem aproveitado essa onda e todo o seu potencial. Os negócios do turismo ainda se encontram nos primeiros estágios da internet. Muitos sites apresentam seus produtos e serviços a ávidos internautas. Mas nem todos conseguem finalizar as vendas online, abrindo mão de um importante canal de vendas.
A questão é que, online ou offline, o turismo no Brasil tem grande potencial. Em 2013, houve um importante crescimento no faturamento de vários subsegmentos, conforme levantado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Ministério do Turismo (MTur). O turismo receptivo, por exemplo, expandiu 13,9%; transportes aéreos, 12,4%; meios de hospedagem, 5,6%, o mesmo que as operadoras de turismo. Todos esses índices estão muito acima da expansão do PIB no ano passado, de 2,3%.
Sabemos que o total de turistas estrangeiros que chegaram ao País, em 2012, segundo o último Anuário Estatístico de Turismo, foi de 5,7 milhões de pessoas. Em 2013, os estrangeiros deixaram no Brasil US$ 6,711 bilhões. Já os brasileiros que foram ao exterior gastaram US$ 25,1 bilhões.
Com a Copa do Mundo, a expectativa é de que o torneio tenha gerado R$ 30 bilhões à economia do País, calcula a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Só a cidade de São Paulo recebeu 500 mil turistas durante a Copa, informa a Empresa Municipal de Turismo e Eventos (SPTuris), o que trouxe R$ 1 bilhão à economia da cidade.
Nesse cenário – e já com vistas aos Jogos Olímpicos que se aproximam –, acreditamos que, à luz do e-commerce, quem focar seus esforços para atender a esse impressionante fluxo de pessoas e transações obterá resultados concretos.
Há muitos exemplos. Um recente é a ClickBus, o maior portal de passagens rodoviárias do mundo. A empresa lançou no Brasil, em junho passado, às vésperas da Copa, uma forma de pagamento que permitiu a venda das passagens de ônibus via internet para estrangeiros.
Em um único mês, chegou a vender mais de 1.600 passagens para mais de 50 nacionalidades. As vendas aumentaram 50% no mês. No caso da venda de passagens voltadas especificamente para as cidades-sede, houve um aumento de vendas de 71%.
Não faltam outros casos concretos de como a internet incrementa os resultados de quem a utiliza. Mas o momento exige que o empresário do setor use a web para muito além de uma mera vitrine do seu negócio. O grande salto só é dado por quem ousa integrar seus sistemas à venda e ao recebimento online de produtos e serviços, fechando o ciclo do atendimento. Algo, aliás, muito mais fácil do que se supõe.
Fonte: http://www.ecommercebrasil.com.br/