Para alavancar as vendas do varejo é preciso muito planejamento, conhecer a fundo os clientes e, acima de tudo, ter um ótimo atendimento no ponto de venda. Paralelamente, o canal do e-commerce, enquanto potencializador de vendas junto ao consumidor 2.0, também precisa ter essas premissas para que o negócio online prospere e gere lucro.
É como convidar os fiéis para assistirem à missa, mas não ter preparado o discurso ou nem sequer conhecer, de perto, os anseios pelos quais cada um deles demanda.
No caso do varejo, quer seja no ponto de venda físico ou online, o empresário precisa se atentar a cada jogada, possibilitando a melhor experiência de compra quer seja por um viés, quer seja pelo outro. Já que, muito embora sejam canais distintos, é bastante comum que o mesmo cliente do ambiente físico se disponha a eventualmente comprar pelo site e vice-versa.
Nesse sentido, e por não pensar de maneira macro, o empresário acaba cometendo alguns pecados, que no e-commerce, sem o olho no olho com o consumidor, pode determinar vez ou outra, o insucesso da operação. São eles:
Parece clichê essa afirmação, mas não é. Muito embora as grandes varejistas já saibam como se comportar no universo online, muitos pequenos e médios empresários ainda patinam, por meses, quando ofertam seus produto e serviços no e-commerce.
Isso ocorre porque, por mais que haja – e deve haver – uma sintonia entre as campanhas, ações e coleções presentes no PDV físico, o e-commerce tem vida e dinâmica próprias.
Ele requer a checagem constante da concorrência online, além de um planejamento de marketing digital específico que ajudam a melhorar o ranqueamento da empresa na internet.
Sem deixar de lado as estratégias nas redes sociais para aumentar o número de seguidores e, consequentemente, melhorar o tráfego de internautas dentro do site, ou seja, ampliar os leads e gerar a venda.
Diferentemente do PDV físico, no qual o consumidor terá tempo e poderá ser convencido a levar outro produto similar, com a boa atuação de um vendedor, no varejo online, a decepção por não ter o produto em estoque é imediata.
Muitas vezes o internauta se dirige ao e-commerce com uma demanda específica e bem definida. A pesquisa pelo produto, em geral, foi feita nos buscadores (Google, Yahoo, Buscapé, etc.) e o anúncio encontrado condiz com a sua necessidade.
Mas acessar o site e não encontrar o produto é algo difícil de ser sanado. São segundos, nos quais o cliente terá para ver e verificar a não disponibilidade e por consequência, dirigir-se a outro site.
É como uma compra por impulso, associada a: demanda específica, disponibilidade, preço e condições ou oferta para pagamento.
Para os varejos online, é essencial investir em uma plataforma com uma infraestrutura para atender a demanda desse tipo de operação. Isso significa dizer: além do portal, o varejista precisa pensar nas versões compatíveis para mobile e até em aplicativos.
Há desde plataformas mais simples, como a Woocommerce, compatível com sites em WordPress, até plataformas mais complexas como Magento ou Vertex.
Cada uma delas tem suas vantagens e desvantagens, o importante é que elas atendam às necessidades da empresa e resultem em um bom custo-benefício, boa navegabilidade e design e ambiente coerente com os objetivos da marca.
Caso contrário, o que poderia se tornar um negócio rentável, acaba sendo visto pelo consumidor como uma loja amadora, com sistema lento e ineficiente, não transparecendo a confiança necessária.
Outro ponto a ser destacado é a visualização dos produtos. Boas fotos, com muitos ângulos e de diferentes formas: sutil e ambientadas, ajudam a determinar a decisão de compra ou não, visto que o consumidor não tem a peça nas mãos.
Também é preciso ter boa comunicação, transparecendo todas as informações: preço, tamanho, material no qual é confeccionado, prazo de garantia e outras informações pertinentes a ele.
As formas de pagamento também devem ser claras, assim como disponibilizar ícones que o remetam às áreas complementares, propiciando um ambiente com hierarquia de informações intuitiva. Quanto mais opções e facilidades, maior a possibilidade de converter a venda.
Um dos aspectos que mais irrita o internauta é não ter à sua disposição um canal de contato rápido e fácil de ser localizado.
Chat, chatbot, e-mail, formulário de contato e o próprio televendas ou até WhatsApp são condições que não podem ser negadas ao internauta. Fazer ele percorrer três ou quatro páginas para encontrá-las é impossibilitá-lo de concluir a venda.
A loja virtual é um catalisador de negócios, que, via de regra, gera vendas. Porém, em certos casos, não a finaliza por si só, sendo necessário um “empurrãozinho” do televendas para ser concluída.
O cliente está lá, quer o produto, mas tem dúvidas. Não ouvi-lo é um pecado capital irreparável.
Outro fator crítico no e-commerce é o prazo de entrega. Precisa ficar muito claro ao consumidor quando o produto será entregue e como funciona a política de frete.
Para isso, é preciso muito planejamento para ver como tornar eficiente a entrega e o cálculo de frete para os clientes, em todas as praças atendidas.
Também é importante deixar evidente as políticas de devolução e troca, sempre seguindo o Código de Defesa do Consumidor ou propiciando condições mais benéficas ao cliente, parte vulnerável nessa relação comercial. Nesse aspecto, a regra é a transparência.
Ansiosos pela busca do cliente no mundo digital, inúmeras são as campanhas para anunciar a pré-venda, com cadastramento antecipado dos clientes em troca de condições exclusivas.
Porém, na ponta final dessa cadeia, o pós-venda acaba sendo relegado, sendo minimamente considerados e tratado pelas equipes comerciais e de marketing como “problema”.
O fato é que são nos problemas e nas crises que surgem as oportunidades. Diante a sua ocorrência, as varejistas online deveriam ter a postura de verificar e atender prontamente o consumidor, como forma dele se sentir ouvido, atendido e, novamente, conquistado.
Afinal, um cliente satisfeito pode indicar a marca para outras pessoas e, por mais que hajam situações em que o lojista não tem culpa diretamente, é dele a responsabilidade pela construção de sua própria marca e nessa cadeia de valor, só se estabelece quem assume o papel de preservar as boas relações.
Em linhas gerais, atuar no e-commerce, pode ser uma estratégia para o varejista alcançar diferentes consumidores. Há marcas, entretanto, que se sustentam apenas com lojas virtuais, os chamados “pure players”.
O importante é que a empresa se planeje e se estruture para escolher se irá partir diretamente para um e-commerce ou se terá os dois modelos de negócios, com pontos físicos e virtuais.
Por fim, qualquer que seja a estratégia traçada, avaliar o desempenho da loja virtual é fundamental!
Nesse sentido, é primordial ficar atento aos indicadores, como o ROI (retorno sobre investimento), aos cliques das campanhas de marketing digital, além do tempo médio para fechamento e conclusão da venda e o tempo também do retorno no caso de dúvidas e reclamações.
Nesta seara, inclusive, valem os monitoramentos das redes sociais e a checagem em sites como o Reclame Aqui, diagnosticando o ocorrido e respondendo a cada queixa de maneira profissional e rápida, conduzindo o internauta ao SAC e demonstrando interesse e prontidão para sanar seu problema.
Qualquer que seja o pecado que o seu e-commerce já tenha cometido, ainda há tempo de se confessar e partir para a absolvição sem mais delongas. Afinal, enquanto você peca, seu concorrente profere a missa com entusiástica proclamação e o internauta, por sua vez, assiste com total devoção e convicção.
Fonte: E-Commerce Brasil
Por: Marcus Cordeiro