Inteligência de preços é uma nomenclatura rebuscada para algo que já está em nossa frente há algum tempo: saber quando e como precificar cada produto de um portfólio, baseados em dados internos de demanda.
Realmente não é uma tarefa fácil, muito menos simples, pois exige uma parte de desenvolvimento de algoritmos e automações tecnológicas para a operação ser 100% efetiva e em tempo real.
Pensando de forma simples, para fins didáticos, este processo funcionaria, mais ou menos, da mesma maneira com que se toma uma decisão na vida. E qual o processo mais comum para fazermos isso?
Geralmente juntamos informação sobre aquilo que estamos em dúvida, analisamos as opções que temos baseados nestes dados e em experiências passadas, estudamos algumas possibilidades que a decisão desencadeará, medimos prós e contras e em seguida tomamos uma atitude.
Pois bem, o processo de inteligência de preços não é diferente. Abaixo descreverei, de maneira simplificada, os passos para gerar uma inteligência de preços eficaz:
Coletar dados
Como parte inicial é fundamental que a coleta dos dados seja feita de forma exemplar, pois influenciará em todos os passos futuros. As informações buscadas devem ser majoritariamente relacionadas às suas vendas, tais como taxa de conversão, visitas por produto, vendas de cada produto, estoque, dentro as demais outras. Essas informações também devem ser em séries históricas. Sem histórico, sem análises.
Analisar e recomendar
Após realizar uma boa coleta de dados, com qualidade e rica em detalhes, é preciso iniciar as análises. São inúmeras as possiblidades e alguns exemplos são: criar modelos de previsão histórica ou analisar separadamente a demanda de cada categoria/produto, verificando onde seu preço consegue atingir a melhor combinação entre redução de margem e aumento de giro, por exemplo.
Ou então, ao invés de ter um preço variando diariamente entre picos e vales, por assim dizer, você pode localizar um valor que equalize isto. Assim é possível gerar insights e recomendações futuras.
Um exemplo: as companhias aéreas fazem precificação inteligente há um bom tempo. Quando você compra uma passagem aérea com 6 meses de antecedência, paga um valor menor do que seria na semana do embarque, certo?
Isto se dá pela demanda e diversos outros fatores que compõem esta decisão de preços, visto que um cliente na semana do embarque, na teoria, está naturalmente mais propenso (e conformado) a pagar um valor maior, dada a “falta de planejamento” e urgência dele.
Ter atitudes e compartilhar resultados
Com dados coletados, análises feitas e recomendações pensadas, chega-se próximo ao momento final da inteligência de preços: tomar atitudes. Baseie-se nas demandas e expectativas do seu target, e não esqueça que você as conhece melhor do que ninguém, para aplicar corretamente sua nova precificação.
Veja se há coerência, aplique as recomendações, meça os resultados e então compartilhe com seus colegas. Este passo final é extremamente importante para que as novas precificações possam ser afinadas e alinhadas para estarem sempre perfeitas, além de fornecerem insumos para a geração de mais insights.
É importante frisar que no processo de inteligência de preços você estará olhando, quase que na totalidade do tempo, apenas para suas operações e vendas. Ao analisar a concorrência você está mais inclinado a realizar uma Precificação Dinâmica.
Por Fernando Toledo
Fonte: http://www.ecommercebrasil.com.br/